Pesquisas recentes apontam para uma conclusão interessante: os sumérios, povos da Antiga Mesopotâmia, alcançaram sofisticado avanço na Matemática. Eles utilizavam os tabletes (a pronúncia é tablete), os quais eram feitos de argila, e neles símbolos matemáticos eram escritos, tal como na figura abaixo. Durante anos era entendido que apenas operações e ou registros matemáticos simples eram inscritos nos tabletes, porém estudos recentes têm revelado que os sumérios conseguiram avançar bastante no domínio da Matemática.
Inexiste algum tablete cuneiforme com conteúdo matemático que faça alguma distinção entre Matemática Aplicada e Matemática Teórica; pode-se dizer que nenhum tablete ao menos mencione alguém que vivia apenas da Matemática. A foto ao lado apresenta um exemplo de tablete cuneiforme.
Até onde se sabe, a Mesopotâmia antiga não possuía matemáticos profissionais. As pessoas estudavam Matemática por necessidade para viveram nas cidades.
Existem dois grupos de tabletes: um contém menções explícitas ao mundo empírico e outro não há nenhuma menção ao mundo empírico. Nos tabletes com menções ao mundo empírico, são identificadas instruções para calcular o número de homens necessários para construir um muro, o volume de um silo cilíndrico com as dimensões dadas, a quantidade de grãos que um silo consegue armazenar, a quantidade de tijolos que um homem pode carregar ao longo de um dia. Estes são problemas que têm a ver com o planejamento de grandes obras. Vale ressaltar que grandes obras eram um grande negócio econômico na Mesopotâmia.
Há tabletes matemáticos que mencionam quanto tempo um homem leva para escavar a quantidade de terra necessária para fabricar tantos tijolos, quanto tempo um homem leva para misturar a terra com água e com palha, quanto tempo fica moldando os tijolos.
Havia também os chamados tabletes administrativos, com o relato de compra e venda de materiais (em geral para controlar as despesas de templos e palácios), ou com o cálculo de áreas e terrenos (usado na administração agrária e no cálculo de impostos).Um escriba era treinado numa “eduba”, que é uma palavra suméria cujo significado é “casa de tabletes”.
Quem escrevia os tabletes eram os escribas
Ainda é desconhecido que tipo de pessoa tinha o direito de virar escriba — se qualquer pessoa, ou se um grupo especial da sociedade mesopotânica. O que é sabido é numa eduba, o jovem estudava matemática, sumério (mesmo depois que desapareceu), um pouco de literatura suméria e música. Estudava sistemas de medida, ou metrologia, tabelas aritméticas para o cálculo de multiplicações, tabelas para o cálculo de recíprocos [eles dividiam um número pelo outro ao multiplicar um pelo recíproco do outro], tabelas para o cálculo de raízes quadradas e cúbicas. E depois passavam a usar tais tabelas para resolver problemas. Isso compunha o currículo básico; temos pouquíssima informação sobre estudos mais avançados. Um escriba podia ser também médico, adivinho, contabilista, músico, etc.Temos a impressão de que eles dominavam métodos mais gerais de resolução de problemas, embora não tenhamos achado nenhum tablete com tais métodos explicitados. Mas os tabletes contêm tantos exemplos específicos, e alguns deles resolvidos com tanto virtuosismo, que podemos partir do pressuposto de que existia um método mais geral, isto é, algum tipo de teoria. Em outras palavras, tenho a impressão de que, numa eduba, o jovem aprendia métodos mais gerais a partir de exemplos específicos.
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